Dentro das empresas o planejamento e estratégia são atividades muito importantes que apoiam a tomada de decisão. “Onde estamos”, “para onde estamos indo” e “ para onde queremos ir” são perguntas essenciais que os gestores de companhias fazem (ou deveriam fazer) para ajudá-los a reposicionar ou reafirmar sua presença no mercado, aumentar receitas, diminuir custos, se distanciar de competidores ou até mesmo proteger-se de eventuais sobressaltos da economia. Se estas tarefas básicas não são feitas, a empresa ficará tateando às cegas ou pior, acabará traçando metas que nunca serão alcançadas desperdiçando tempo, dinheiro, talentos e principalmente, oportunidades.

Na nossa vida pessoal é a mesma coisa. Normalmente quem não tem o costume de planejar, acaba ficando à deriva ou coisa pior, contando com a sorte, o que é algo muito abstrato. Sorte, normalmente, está diretamente ligada a estar preparado para ela, o que significa não apenas estar no local certo, e na hora certa, mas bem como ser capaz de entender e se fazer as perguntas que normalmente as empresas fazem: “Onde estamos”, “para onde estamos indo” e “para onde queremos ir”. Normalmente estas perguntas são difíceis de serem respondidas, pois o ser humano muda a cada minuto, e o que desejamos hoje poderá mudar muito rapidamente amanhã. Embora seja difícil, compartilhamos com as empresas o fato de que no mundo moderno estamos todos inseridos num contexto de competitividade extrema.

Com isto em mente, é preciso colocar a mão na massa e entender o que se quer de maneira muito serena e honesta, estudar as nuances que o levarão a realizar o que se deseja e planejar muito bem o caminho. Exemplificando, normalmente ouvimos de um amigo no trabalho que ele deseja fazer um intercâmbio fora do Brasil, mas “provavelmente” está muito caro, ou ele está muito preocupado se terá coragem de sair do emprego atual, se ele conseguirá outro emprego quando voltar e assim por diante. Obviamente que é muito difícil sair da zona de conforto e enfrentar o desconhecido, e isso é da natureza humana, entretanto, quem disse que este caminho precisa ser tão desconhecido assim? O trabalho poderia ser facilitado se o nosso amigo acima soubesse exatamente para qual país deseja ir, pesquisar e analisar quanto custa um curso bom o bastante para o bolso dele, verificar se neste país ele terá oportunidade de dividir o tempo dos estudos com um trabalho de meio período para ajudar a pagar os custos da viagem, falar com pessoas que já realizaram este sonho, pedir conselhos, pesquisar o custo da passagem aérea, levar em consideração a possiblidade de ter um ou mais colegas para dividir um quarto ou um apartamento, com tudo isto anotado, fazer contas de quanto ele precisaria guardar todos os meses para poder realizar este desejo. No final, ver como está o mercado de trabalho local, verificar a demanda, se perguntar se um segundo ou terceiro idioma, se bem falado, irá valorizá-lo e ajudá-lo a conseguir um emprego melhor quando voltar.

É exatamente isso o que as empresas fazem. É claro que existem sobressaltos no caminho, e um planejamento precisa ser sempre revisado, alterado, adaptado. Sempre com um plano B na manga, já que ninguém gosta de ver esforço, tempo e dinheiro desperdiçados. Não importando se o nosso sonho é fazer um intercâmbio, realizar aquela viagem de férias memorável ou comprar um carro novo, um planejamento inteligente e adaptável trará muito mais confiança e organização para que estes desejos possam ser alcançados de forma tranquila e inteligente. Se alguém já fez uma vez, então não é impossível para ninguém.

Crédito: Eric Evangelista Ohtake
Consultor Sênior na PricewaterhouseCoopers (PwC)